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Golpe do cartão de crédito rendeu R$ 300 mil e abertura de loja em SP

Fotos: Clayton Neves

A quadrilha de golpistas que buscavam cartões de crédito e débito nas casas das vítimas em Campo Grande faturou cerca de R$ 300 mil desde outubro e chegaram até a abrir uma loja física para vender roupas, tênis e bonés em São Paulo.

Nove suspeitos, de 12 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça, foram apresentados na tarde desta quarta-feira (29). Foram presos Cristipher Franco Marcel, 19, Gabriel Luis Gonçalves da Silva, 19 Elilson dos Santos, 23, Reginaldo da Silva, 30, Wilson Botelho, 25, Vagner Rodrigues Lima do Nascimento, 28, Helder Vinicius dos Santos, 24, Ramão Edivaldo Escobar, 26, e Bruno Vilas Boas, 27.

De acordo com o delegado Cláudio Zotto, titular da 1ª Delegacia de Polícia, somente Reginaldo foi preso em São Paulo, através de apoio do GOE (Grupo de Operações Especiais) de São Paulo. Os demais foram presos em Campo Grande. Com eles foram encontradas 27 máquinas de cartão.

O delegado contou que os nove são apenas uma equipe de várias espalhadas por São Paulo e que escolheram Mato Grosso do Sul acreditando que conseguiriam aplicar os golpes com facilidade. As tarefas dos integrantes eram extremamente organizadas. Parte do grupo se dedicava a ligar para as vítimas e outros eram motoboys para recolher os cartões das vítimas, segundo a delegada Priscila Anuda.

O grupo conseguia os dados das vítimas através de uma rede de compartilhamento. Os documentos eram vendidos. A polícia investiga se algum funcionário de banco era quem vazava estas informações. Com esses dados iniciais, a quadrilha ligava para os clientes, na maioria idosos, questionando se reconheciam compras feitas pelo cartão. As vítimas diziam que não, então eram orientadas a entrar em contato com o número de telefone no verso do cartão.

Durante a ligação, os estelionatários utilizam um programa chamado uradisk. Esse programa replicava as mensagens dos bancos, dando maior credibilidade à ação. Segundo a polícia, quando as vítimas desligavam o telefone e iriam discar para o banco, conforme a orientação dos golpistas, a primeira ligação não era encerrada, porém as vítimas não percebiam mesmo com o telefone no gancho. Imediatamente ligavam no número do banco indicado e passavam as senhas e informações pessoas aos bandidos.

Durante a conversa com os falsos telefonistas, as vítimas eram orientadas a cortar o cartão de crédito ou débito preservando o chip e o código de segurança e avisavam que um funcionário do banco iria passar na residência para recolher o cartão.

Segundo a polícia, existem 40 boletins de ocorrência da mesma ação e que todos foram aplicados pelo mesmo grupo. Pelo menos 97% das vítimas eram idosos. A polícia acredita que este número seja ainda maior porque algumas vítimas não registram o caso ou conseguem ressarcir o valor com o banco. Também há registros do mesmo crime em Dourados e Aquidauana.

Os que atuavam como motoboys levavam de R$ 50 a R$ 400 por serviço. Outros, que tinham o posto de gerente dentro da quadrilha, ganharam valores acima. O programa utilizado custa R$ 15 mil para ser instalado no computador e funcionava apenas para telefones fixos.

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